sábado, 29 de dezembro de 2007

Igualha

Mas o que será igualha?
Ao analisar a palavra podemos verificar que há uma palavra mãe: igualha. Ora, ser ou não da mesma igualha significa ser ou não da mesma geração.
Por exemplo, aquando de uma discussão entre mãe e filha, a mãe vira-se:
-Não me fales assim, tu não és da minha igualha!!!!
Ou:
-Respeitinho, eu não sou da tua igualha.
Portanto, quer dizer que não é da mesma geração.
Contudo, também pode ser usada no sentido de se ser ou não de um mesmo grupo de amigos. Por exemplo, uma mãe pode virar-se para uma filha e dizer: "-Olha que eles não são da tua igualha!!!" querendo com isto dizer que não pertence a um determinado grupo ou seita. Nestes casos também pode ter o sentido de ser ou não da mesma laia(?!).

Petim

Como o prometido é de vidro aqui vai um cheirinho a rabanadas!
Vejam que este post está a ser escrito em Dezembro, altura em que o espírito Natalício anda no ar. E porque é que anda no ar? Há alguns indicadores que nos dizem se estamos ou não no Natal. Se os seguintes pontos se verificarem, claramente estamos no Natal!
- O primeiro indicador é a quantidade de luzinhas de Natal que conseguimos visualizar ao andar cerca de apenas 2 kms de carro dentro de uma localidade. Reparem que se virem um Pai Natal a ser puxado pelas renas em cima do telhado de uma casa (tudo em luzes néon) é porque já devemos estar mesmo perto do dia 25 de Dezembro;
-Mas claro, só as luzes néon não chegam mesmo que sejam o Pai Natal e as renas em cima do telhado! O outro factor é o musical. Se ao ouvirmos cerca de uma hora de rádio e/ou televisão num dia conseguirmos escutar pelo menos duas vezes a música "All I Want For Christmas Is You" da Mariah Carey quer dizer certamente que o Natal já chegou. Deliciem-se: http://www.youtube.com/watch?v=-8rY0Fyws20
- O outro indicador (este tenho de concordar que é o mais moderno) é o bichinho do consumismo que nos vais nas guelras! Um shopping apinhado de gente a um sábado de manhã (logo às 10h) é sinal e extremo espírito natalício. Andar feito barata tonta a entrar em todas as lojas a inventar ideias nem se fala. Ui Ui.
E a compra das prendas dos 5 euros com o uso do refinado critério "qualquer coisa serve desde que sejam chocolates, canecas ou passepartout's" para a carrada de jantares que se vão suceder? Isso nem se fala!
- O último mas não menos importante é o cheiro a rabanadas. Admito que este é o mais complicado até porque na rua ou no carro é dificil de o sentir. Deixo desde já a minha sugestão à AirWick (a marca dos produtos de cheirinho) para fazerem algo inovador. Podem ser aquelas árvores verdes que se colocam no espelho retrovisor mas com cheirinho a rabanadas. É uma ideia!

Mas isto tudo para chegar onde? Ao pão que se usa para fazer as rabanadas.
Que eu saiba o petim é o pão que se usa especificamente para fazer rabanadas mas corrijam-me se estiver enganado.

Fiz uma pequena pesquisa na web para rabanadas e pelo que encontrei as rabanadas podem ser feitas com:
- Petim
- Cacete
- Pão de forma
- Pão de véspera
- Carcaças
- Papo-secos
- Pacote(s) de pão de forma sem casca(s)

Meus amigos isto até estava no bom caminho e vem-me este “pão de forma sem casca” para fazer rabanadas???? Mas estamos em que país? Isto é pior que deixar de comer bacalhau para passar a comer peru na noite de consoada. Mas que grande mariquice! Pão de forma sem casca?

Acho que já não vou dormir...

Augar, Ougar e Aguar

Lembro-me de sempre usar a expressão aguado para querer dizer algo como estar com água na boca. "Estou a aguar por um belo arroz de pato" - É esta a expressão que eu usaria.

Acontece que há muita boa gente por aí que preferiria uma das seguintes expressões:
- "Estou a augar por um belo arroz de pato";
- "Estou a ougar por um belo arroz de pato".

Se forem ler no site do ciberdúvidas (http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=13972) vêm que o termo aguar é o que faz parte da norma sendo as outras duas expressões regionalismos. Boa forma de chamar parolos a quem usa estas últimas duas.

Borronas

Quando era novo costumava fazer muitos desenhos com as borronas novas que os meus pais me davam no início do ano escolar. Mas não eram umas borronas quaisquer! Eram umas Molin que vinham num conjunto para mais de num sei quantas... Umas 30 talvez? Era uma festa. Nos primeiros dias andava pintadinho da cabeça aos pés.

Estes packs eram o delírio de qualquer criança.
Para mim borronas são de facto da Molin!

Quais marcadores quais quê? Isso é para betinhos.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Encunicar?!

Um dia perguntaram-me:
-Achas que a minha camisola está engelhada?
E eu respondi:
-Como?
-Engelhada! Amarrotada!
-Ah! Encunicada!
Percebi então que engelhada era encunicada. Contudo, encunicada era uma palavra estranha para a minha colega, pelo que eu expliquei que queria dizer amarrotada. Mas, se encunicada é uma palavra estranha para a minha colega, essa mesma palavra também é esquisita para o Tiago Dores do Gato Fedorento que, aquando de uma entrevista relativa à Passagem de Ano considerou as uvas passas: "Uvas podres, engelhadas!". Só que o mais interessante, pelo menos para os nortenhos, é que engelhar aparece no dicionário da língua portuguesa e encunicar não (Engelhar: formar engelhas; enrugar; amarrotar; encarquilhar).
Sei que não se diz encunicada, mas sim amarrotada ou outra palavra qualquer que de região para região varia. Por exemplo:
-no Norte (Viana do Castelo, entre outras) muitas pessoas utilizam o verbo encunicar como forma de dizer amarrotar;
-no Centro (região de Leiria e também Setúbal, entre outras) utiliza-se o verbo engelhar para designar a mesma coisa.
Há muitas outras formas de dizer encunicar, amarrotar ou engelhar, por isso comentem para ficarmos a sabê-las...
Fiquem bem, encuniquem as vossas roupas e sejam rebeldes.... ;-)